A reciclagem é um trabalho vital para o mundo, e uma área com muita oportunidade para o empreendedorismo. Nesta entrevista, você terá a oportunidade de conhecer Juliana Migliorini, que é diretora sócia na Green Reciclagem, uma empresa familiar focada principalmente na reciclagem de papel, mas também de diversos outros materiais, como alumínio e plástico. Nessa conversa, exploramos um pouco de como é trabalhar com reciclagem, e aprendemos sobre a trajetória de Juliana à frente da Green Reciclagem.
Muitas vezes, podemos pensar que aquilo que estudamos na faculdade definirá o que faremos pelo resto das nossas vidas, e eu também era vítima desse pensamento. Mas, ao conversar com Juliana, comecei a repensar essa crença. Aprendi que ela se formou em pedagogia, trabalhou como professora de educação infantil, mas em determinado momento de sua vida, não se viu mais dentro de uma sala de aula e então criou toda uma nova carreira para si.
Assim começa a história linda da Green Reciclagem, construída com base na trajetória do pai de Juliana, que antigamente rodava pela cidade com seu caminhãozinho simples, coletando aparas de papel e vendendo para parceiros de reciclagem. Até que Juliana e seu irmão e sócio, Flavio, enxergaram uma oportunidade para melhorar aquilo que o pai tinha, e em 10 anos construíram o que hoje é a Green Reciclagem.
A Green teve início quando o pai de Juliana começou a ter dificuldade com a chegada de novas tecnologias. Ele sentiu que não estava conseguindo acompanhar as mudanças e então os filhos decidiram construir essa "ponte" conectando ali o que faltava. "E eu me apaixonei! Trabalhar com reciclagem é um segmento apaixonante, você acaba se envolvendo totalmente", conta Juliana. O empreendedorismo, portanto, acabou acontecendo para ela sem que fosse um plano inicial, mas algo que a vida a levou a experimentar.
A empresária trabalha hoje na parte administrativa da Green, que tem sede numa área de 14 mil metros quadrados em São Bernardo do Campo (SP). "O meu dia na empresa começa bem cedo," conta Juliana, enfatizando que a presença do dono no dia a dia do negócio é o que faz acontecer mesmo. Ela se envolve em tudo: dos cuidados com os colaboradores, que são 50 no total, à supervisão da produção e da entrega do material para a indústria, à captação de novos clientes e fornecedores.
Juliana também está à frente do projeto Continue o Ciclo, que a Green iniciou no ano passado e que se encaixa na categoria da economia circular. Nesse projeto, fornecedores como bancos, indústrias gráficas, guardas de documentos e centros de distribuição, trazem material para a Green reciclar. E a Green devolve para eles em forma de papel higiénico e papel toalha. Esse projeto é maravilhoso, pois tangibiliza para as empresas e seus colaboradores o poder da reciclagem, ajudando também na conscientização dos funcionários dessas empresas que estão fornecendo o material.
Eu estava curiosa para saber se a área da reciclagem possui desafios específicos para mulheres, mas Juliana explica que não enfrenta barreiras por ser mulher. Quando ela chega para apresentar sua empresa para as indústrias gráficas ou as guardas de documento, ela não se depara com nenhuma dificuldade específica por conta de seu gênero.
Para finalizar, Juliana deixa um conselho para as jovens mulheres que querem ser empreendedoras e estão começando agora: "O conselho que eu dou é acreditar em si, ter vontade de realizar. É isso que faz toda a diferença: acordar todos os dias com um propósito e fazer acontecer."
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